terça-feira, 30 de julho de 2013

The Wake


Com roteiro de Scott Snyder e desenhos de Sean Murphy, "The Wake" foi lançado em maio deste ano e desde então vem recebendo elogios. Acho muito prematuro todo o burburinho, já que a segunda edição acabou de sair e a trama ainda está em desenvolvimento. Contudo é de se esperar tantos olhares, pois é o novo trabalho autoral de Snyder, o novo queridinho do universo dos quadrinhos.

"Vampiro Americano", da editora Vertigo, teve uma repercussão enorme na mídia pois estampava na capa o nome de Stephen King, ao lado do próprio Snyder e do artista brasileiro Rafael Albuquerque. Só que Stephen King teve apenas uma restrita participação nas primeiras edições e, após sua saída, a obra manteve uma qualidade impecável... Logo o trabalho de Scott Snyder foi reconhecido. Um contrato exclusivo com a DC Comics o tornou responsável pelas histórias mensais do Batman nessa recente era dos "Novos 52".

"The Wake" conta a história da doutora Lee Archer, uma bióloga especialista em vida submarina, mais precisamente nos sons emitidos por cetáceos (como baleias e golfinhos). Surpreendida por um agente do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), ela é apresentada a uma gravação muito estranha, um som com características cetáceas, mas com um padrão extremamente complexo. Embora Lee não simpatize com o departamento - aparentemente possui alguma ação contra a DHS - ela acaba aceitando trabalhar com eles, mas somente por terem oferecido ajuda-la na custódia de seu filho.


Mesmo com essa introdução, acredite, a história não é simples. A narrativa apresenta saltos temporais enormes, mostrando cenas há duzentos anos no futuro e até mesmo há 100.000 anos no passado. Envolve temas como evolução, tecnologia... Tudo com muito mistério e uma pitada de terror. A trama tem um bom argumento e atiça o leitor: ainda é só o começo e já existem inúmeras questões.

A arte de Sean Murphy em associação com a coloração de Matt Hollingworth torna a ambientação única, tanto a céu aberto como nos ambientes fechados. Nesse caso, as cores mudam, mas sempre mantendo tons leves e pouco saturados. Os cenários e os meios de transportes são bem trabalhados, ricos em detalhes. O traço de Murphy é bem agradável e transpassa com eficiência a postura e personalidade dos personagens, principalmente da protagonista, bem independente e determinada.

Scott Snyder já mostrou que é talentoso. Apesar disso, excesso de mistério no desenvolvimento de uma história, se mal trabalhado, pode prejudicar a conclusão. Nunca fui fã de aventuras debaixo d´água, mas estou acreditando nessa. Mergulhando nas profundezas de "The Wake".

terça-feira, 23 de julho de 2013

DEATH OF THE FAMILY (BATMAN)

A recente saga da revista mensal do Batman, "Death of the Family" (outubro de 2012 até fevereiro de 2013), foi incrível. Vale ressaltar que nada tem a ver com a clássica saga da década de 1980, "A Death in the Family" (Uma Morte em Família), em que Jason Todd, o Robin da época, é assassinado violentamente pelo Coringa com um pé-de-cabra. "Death of the Family" - a tradução ficaria como "Morte da Família" - conta o retorno do Coringa, mais insano do que nunca, nesse recente universo dos "Novos 52".


Outra vez, o Coringa conseguiu escapar do Asilo Arkham... Porém, antes de partir, resolve deixar sua marca, pedindo para o "Criador de Bonecas" retirar cirurgicamente sua face, pregando-a na parede de sua cela. Desde esse mórbido incidente, o vilão fica desaparecido por quase um ano... Voltando sorrateiramente com um plano para recuperar seu rosto e desestruturar a família do homem morcego

Batman, Robin (Damian Wayne), Asa Noturna (Dick Grayson), Robin Vermelho (Tim Drake), Capuz Vermelho (Jason Todd), Bat-woman (Barbara Gordon)... Todos serão afetados pelo esquema elaborado do palhaço. O próprio mordomo de Bruce Wayne, Alfred Pennyworth, não é poupado, levando a todos à uma grande questão: o Coringa sabe da ligação do mordomo com o próprio Batman? O Coringa SABE a identidade do BATMAN?


Acompanhei a saga pelas revistas "Batman" e "Batman and Robin". Para mim foram suficientes para apreciar com empolgação e também apreensão todo o drama do grupo. Toda vez que o Coringa aparecia, mais tensa a trama ficava. Lembrou-me muito o Coringa mentecapto e violento de Alan Moore. Os roteiristas foram bem sucedidos em manter o clima de terror, além de explorar o humor negro no discurso do vilão. Ao recuperar seu rosto, ele resolve vesti-lo como uma máscara... Em certos quadros é possível perceber os detalhes, a carne em decomposição, as moscas sobrevoando... Na edição número 15 de "Batman and Robin", ele está com seu semblante de CABEÇA PRA BAIXO, mostrando seus olhos através da abertura de sua boca e seu sorriso pelas fendas de seus olhos. Aterrorizante.

"Death in the Family" merece destaque pelo bom trabalho que a equipe da DC Comics tem realizado com o personagem. Fiquei com receio de ler as revistas mensais da editora após "reboot" dos "Novos 52", mas, depois desse arco, tomei coragem e agora acompanho a trajetória do homem-morcego.